Os riscos dos jogos de azar para a saúde mental

Muitos usuários relatam uma sensação de perda de controle, gastando horas diárias nas apostas e comprometendo sua saúde emocional e relacionamentos pessoais. Estudos mostram que esse vício afeta diretamente a saúde mental dos apostadores, que experimentam altos níveis de estresse quando não conseguem realizar apostas. Para muitos, a compulsão leva a um ciclo de comportamentos destrutivos, como gastar todo o salário ou bônus dragãozinho até furtar dinheiro de familiares para continuar apostando. As apostas esportivas online, comumente chamadas de “bets”, têm se consolidado como um fenômeno global, gerando preocupações significativas em relação à saúde mental e financeira de milhões de pessoas.

A proliferação da publicidade sobre apostas é apontada por especialistas como um dos principais vetores de disseminação do vício. Para Eduardo, que é doutor em Direito pela Universidade de Lisboa, o Estado precisa intervir de forma mais firme. ➡️ A doença não é algo novo, mas vem desde à época das casas de bingo, de jogos de carta e caça-níqueis.

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Com o crescimento das plataformas de apostas online e a popularização desse entretenimento no Brasil, é essencial discutir os cuidados mentais relacionados à prática de jogos de apostas. Embora apostar possa ser uma atividade divertida e envolvente, é crucial estar ciente dos riscos associados, especialmente quando o comportamento de jogo se torna compulsivo ou problemático. A importância de buscar ajudaBenevides reforça que o vício em jogos de azar deve ser tratado com seriedade e que buscar ajuda profissional é essencial para interromper o ciclo destrutivo das apostas. “É importante que as pessoas reconheçam os sinais de alerta e não hesitem em procurar apoio médico e psicológico. O tratamento adequado pode transformar vidas e evitar consequências ainda mais graves”, conclui o professor do CEUB. As apostas esportivas online “bets”são altamente acessíveis e, com isso, o comportamento compulsivo se torna cada vez mais prevalente.

Antes associada a cassinos físicos e máquinas de jogos, a dependência do jogo agora se espalha de maneira silenciosa, atingindo aqueles que buscam apenas um pouco de diversão. Sob a fachada das telas de smartphones, uma verdadeira epidemia está em ascensão, muitas vezes invisível até que as pessoas se vejam à beira da ruína emocional e financeira. Relatos pontuam que o jogo de azar também estava presente nas Olimpíadas originais e em outros eventos na Grécia Antiga, assim como em corridas e lutas na Roma Antiga. Da mesma forma, os problemas associados à prática também são observados ao longo do tempo. Estima-se que as primeiras apostas esportivas datem de cerca de 10 mil anos atrás. “O jogador problemático fica tentando buscar padrões para melhorar sua capacidade de previsão.

Como as apostas online afetam financeiramente os jovens?

Em ambos os grupos, por volta de um em cada 10 jogadores passa a ter comportamento problemático. As modalidades de jogo mais frequentemente associadas a comportamento problemático entre os adultos eram os cassinos on-line e os jogos de caça-níquel, de acordo com o estudo, publicado em agosto na revista The Lancet Public Health. Ao separar os dados por períodos, os pesquisadores observaram um aumento na proporção de jogadores a partir de 2016, quando vários países começaram a legalizar os jogos on-line.

Por trás da tela iluminada do celular, entre cliques e palpites, muitos jovens acumulam perdas, frustrações e ansiedade. A falsa sensação de controle e o estilo de vida glamouroso vendido por influenciadores digitais criam um ambiente fértil para comportamentos compulsivos. Sem regulamentação eficaz e políticas públicas de conscientização, a prática se espalha em silêncio, atingindo especialmente aqueles que veem nas apostas uma chance de escapar da crise ou aliviar o peso da ansiedade. Na Argentina, uma pesquisa recente revelou que 22% dos jovens entre 15 e 29 anos já apostaram online.

Ele tem um plano, por exemplo, toda vez que ganha dá uma quebrada de munheca, uma assoprada nos dados, faz alguma coisa e consegue o resultado, ou seja, tem uma ilusão de controle”, resume o especialista. Nesse cenário, as consequências tendem a ser extremamente nocivas, como a ocorrência de overdose no caso de compostos ilícitos e o rombo financeiro diante do jogo desenfreado. Outro ponto importante envolve a dopamina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar liberado quando estamos diante de atividades agradáveis. A substância, que atua na modulação da informação, também tem relação com aquilo que é relevante e potencialmente gratificante. De acordo com o psicólogo Marcelo Matias, de São Paulo/SP, detectar os sinais precocemente é fundamental. “Muitas vezes, as pessoas têm dificuldade em reconhecer que estão enfrentando um problema até que as consequências já sejam severas.

Isso é agravado pelo sentimento de culpa, uma vez que muitas vezes o vício afeta negativamente os entes queridos. As empresas de apostas online contestam o impacto das bets no consumo e defendem que a queda veio com a pandemia da Covid-19, que manteve as pessoas em casa durante dois anos. Com os cassinos online e jogos de azar na palma da mão com o celular, ficou mais fácil jogar e vem crescendo o número de pessoas que contou ter começado como uma curiosidade, um passatempo, mas que em pouco tempo se tornou um pesadelo. Como saída para tentar amenizar os problemas com jogos, os autores do Lenad III, em colaboração com pesquisadores do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e da UFRGS, elaboraram um conjunto de recomendações (ver quadro).

Ela representa uma parte da nossa mente que opera abaixo do nível de consciência, desempenhando um papel significativo em nossos pensamentos, sentimentos, comportamentos e decisões diárias. Embora qualquer pessoa possa ser impactada, Leonardi aponta grupos mais vulneráveis. Adolescente ele tem menos controle de impulso, é menos racional, mais reativo, mais impulsivo.

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Foi neste cenário dramático que a presidência do TCU – Tribunal de Contas da União determinou um levantamento “sobre o impacto das bets na saúde mental das pessoas envolvidas com jogos de apostas on-line”. Também possibilita que sejam identificados objetos e instrumentos de fiscalização e que seja avaliada a viabilidade da realização de fiscalizações. Naturalmente, o texto aprovado pelo Senado será submetido à apreciação da Câmara dos Deputados, que detém a prerrogativa de mantê-lo, alterá-lo ou, inclusive, arquivá-lo, e ainda precisa da manifestação do Presidente da República.

A falta de investimento em cultura, lazer e espaços públicos gratuitos nas periferias e comunidades de baixa renda limita as opções de prazer e entretenimento para a população. Em contraste, os bairros de classe média alta contam com maior oferta de atividades culturais e de lazer. Essa disparidade agrava a vulnerabilidade das camadas populares ao vício em apostas online, que se torna uma das poucas alternativas acessíveis de escape da rotina estressante. O contexto social e tecnológico facilita o acesso a atividades com potencial viciante, como as bets.

Além do impacto psicológico, o vício em apostas esportivas online também traz sérias consequências financeiras. Pessoas com menor renda são as mais afetadas, muitas vezes comprometendo suas finanças pessoais e familiares em busca de recuperar o que perderam nas apostas. Esse ciclo de perdas e tentativas de recuperação financeira gera endividamento, problemas com crédito e até falência. Tratamento e recuperaçãoPara aqueles que estão lutando contra o vício em apostas, o tratamento pode envolver uma combinação de terapias psicológicas, grupos de apoio e, em alguns casos, medicação. Benevides destaca a eficácia da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda o indivíduo a identificar e modificar os pensamentos e comportamentos associados ao jogo. Essa abordagem também auxilia na gestão dos impulsos e na resolução de problemas subjacentes, como o estresse ou ansiedade que podem levar ao vício.Além da terapia, o apoio de grupos como Jogadores Anônimos é fundamental no processo de recuperação.

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